A decisão do governo norte-americano de reconhecer Jerusalém como capital de Israel e de transferir para lá a embaixada americana, que atualmente é instalada em Tel Aviv, atende a uma promessa de campanha feita por Donald Trump, em 2016. Explica o professor de Relações Internacionais da Universidade Presbiteriana Mackenzie, Maurício Loboda Fronzaglia. “Porém essa ação parece se configurar como mais uma barreira ao andamento dos acordos de paz, já que os palestinos também consideram Jerusalém como sua possível capital. É importante lembrar que a resolução da ONU (Organização das Nações Unidas), de 1948, dividiu a cidade entre palestinos e israelenses e que Israel tomou o controle completo da cidade depois da Guerra dos seis dias”.
O presidente americano fez o anúncio na quarta-feira (6), mesmo após diversos apelos da comunidade internacional para que a decisão não fosse tomada. Após o comunicado, oito países do Conselho de Segurança das Nações Unidas pediram uma reunião de emergência sobre a decisão de Trump.
A repercussão internacional foi negativa, com exceção feita ao governo de Israel. Os governos francês e alemão, por meio de comunicado oficial, também lamentaram a ação unilateral norte-americana. Segundo o especialista, para esses países o processo de paz deve sempre levar as decisões que fortaleçam a ideia de Convivência dos dois países, Israel e Palestina, nesse mesmo território. A decisão americana vai contra esse princípio e cria mais dificuldades para um processo difícil de paz na região.