Desde que o British Council publicou em 2014 o estudo Learning English in Brazil, em parceria com o Instituto Data Popular, muitas discussões ocorreram acerca do tópico. O estudo mapeia a importância do idioma inglês para profissionais e empresas, o impacto da qualidade da educação escolar, o nível de fluência dos brasileiros, e das diferentes habilidades necessárias para o domínio da língua inglesa. E responde também algumas perguntas que os mais atentos certamente notarão. Por exemplo, se a nova geração de brasileiros fala melhor inglês do que as anteriores?
Entre as estatísticas interessantes está a resposta para a pergunta acima. Sim, com um acréscimo superior a 100%. Enquanto apenas 5% da população total afirma saber falar inglês, este percentual sobe para 10.3% entre os jovens de 18 a 24 anos. Outro fato curioso é a razão pela qual muitos desistem. 48% afirmaram ter descontinuado os estudos do idioma inglês devido ao grande número de faltas, e 35% apontaram o preço dos cursos como fator determinante. Porém, apesar desses dois pontos, cerca de 73% preferem aprender em sala de aula e entre as 5 opções do que buscam em um professor ideal, flexibilidade de horário ocupou a posição número 1.
A pergunta que fica no ar, é como unir estes pontos contraditórios a uma solução? Cursos flexíveis costumam ser 1:1 e por isso mais caros. Cursos em sala de aula costumam ter valores altos e presença necessária em dias e horários fixos. Talvez o problema maior seja uma falta prévia de análise e clareza de que tipo de curso e orçamento é adequado para o momento da vida.
O papel dos aplicativos e das soluções online
Os dados do estudo foram coletados em 2013, quando aplicativos e soluções online começavam apenas a ganhar importância. O primeiro aplicativo, cujas atividades se iniciaram com soluções na Web, recém completou 12 anos. De lá para os dias atuais, os aplicativos se multiplicaram. Em 2019, há aplicativos para praticar todas as habilidades de inglês, como os Flashcards para adquirir vocabulário, aplicativos para escutar leitura de textos, aplicativos para correção de texto, para perguntas e respostas com nativos, e aplicativos para conversar com estrangeiros. As opções são tantas que é possível contar mais de 100 na Google Play e na App Store da Apple.
Flexibilidade e custo reduzido são grandes atrativos dos aplicativos, e a geração mais nova está adotando esta alternativa às classes presenciais em grandes números. De fato, em 2018 o fundador do aplicativo de idiomas mais popular do mundo revelou que o Brasil ocupa o segundo lugar em usuários, com a incrível quantia de 31 milhões. Professores que ensinam inglês no YouTube alcançam alguns milhões de seguidores. E, para citar outro exemplo, termos como “aprender inglês com música” têm volume de busca mensal acima de 3 mil no Google. Ou seja, o interesse é alto, mas é necessário certificar de que jovens aprendizes não parem no meio do caminho.
Ajustando o sonho à realidade
Aprender idiomas leva tempo e esforço. Por isso, vários países investem em políticas para incentivar o ensino de inglês desde cedo. Estes países entenderam que falar inglês se tornou uma vantagem econômica competitiva. Não apenas ao nível do indivíduo, mas da nação como um todo. Mesmo com o impacto do Brexit e a força econômica da China, não há dúvida. O inglês já se consolidou como a língua franca dos negócios. Mais de 300 milhões de chineses aprendem inglês atualmente. Um número maior do que a população brasileira.
O Brasil enfrenta dois grandes desafios. Sua localização e o baixo número de imigrantes, cerca de 1% apenas, possibilita raras oportunidades de falar inglês. Em segundo lugar, mesmo para quem estuda inglês, as oportunidades de conversar são reduzidas. As aulas nos cursos de inglês focam bastante em gramática e vocabulário, e atividades passivas como ler e escutar. O mesmo desafio que os mais jovens enfrentam ao escutar músicas, assistir vídeos e digitar respostas em aplicativos. Não conversam em inglês o suficiente. E a fluência, algo tão desejada, só acontece praticando as quatro habilidades, falar, escutar, escrever e ler.
É preciso morar fora para aprender inglês?
Certamente intercâmbios ajudam. A imersão e o contato com nativos acelera o aprendizado. A falta de contato prolonga o tempo para aprender. Este é um fato crucial porque a maioria dos estudantes têm por meta aprender inglês em 2 anos, como revelou o estudo da British Council.
Embora nos conte que realmente melhorou o seu nível de inglês numa viagem de meses no Canadá, Ali Servet, fundador da English Ninjas, acredita que a tecnologia está derrubando esta barreira.
“Percebi que falar inglês é importante para a vida e o sucesso humano, e decidi criar um aplicativo em que as pessoas pudessem melhorar suas habilidades de inglês conversando com professores on-line.”, comenta Ali Servet.
Fundada em 2016, a English Ninjas conecta estudantes com professores americanos, britânicos, canadenses e australianos, ensinando inglês por temas escolhidos pelos próprios alunos. A metodologia é similar à de como se aprende línguas quando criança, conversando e escutando. Ali Servet nos revela que não é incomum os estudantes optarem por aprender gramática ou tirar dúvidas, mas que os professores corrigem os alunos de forma natural.
Questionado se através do celular ou computador é possível estabelecer uma relação com o professor, Ali Servet nos conta que o ideal mesmo é usar o aplicativo para conversar com mais de um professor, para se acostumar com o sotaque e modos de expressão diferentes, e afirma que os professores da English Ninjas não são formais e rígidos, e se esforçam para transmitir tranquilidade e conversar como amigos com os estudantes. E completa, “em países onde as oportunidades de aprender inglês com nativos é reduzida, o uso da tecnologia pode ser a peça-chave para preencher esta lacuna. Não apenas para jovens profissionais, mas como solução para executivos, empresas e universidades.”
Com a colaboração da English Ninjashttps://englishninjas.com/pt
Website: https://englishninjas.com/pt