Uma das maiores descobertas científicas do século XX acontecera por “acaso” na Universidade de Parma – Itália. Um grupo de neurocientistas liderados por Giacomo Rizzolatti (Neurofisiologista Italiano – 1937) estudava a atividade dos neurônios na região do cérebro responsável pelos movimentos (córtex pré-motor).
Toda vez que o macaco Rhesus (Objeto do estudo) cumpria uma tarefa, como apanhar frutas com os dedos, os neurônios no córtex pré-motor e nos lobos frontais disparavam. Em certo momento, um aluno adentrou no laboratório com um sorvete, levando-o à boca e neste momento o monitor apitou, causando uma surpresa nos cientistas, pois Rheus estava imóvel. O que mais intrigou o grupo é que sempre que o macaco “assistia” uma pessoa, ou outro macaco, repetir essa cena com alimentos, os eletrodos indicavam atividade nos neurônios.
Tempos depois, com este estudo mais aprofundado, exames sofisticados de neuroimagem indicaram que temos Neurônios Espelho muito mais flexíveis e sofisticados que os dos macacos.
É por isso que quando vemos alguém triste e chorando naturalmente nossa expressão se fecha e todo o ar de felicidade nela se esvazia, sorrimos quando alguém sorri e ficamos com os olhos marejados quando o protagonista da novela que assistimos chora, é por isso também que estudos comprovam que ao visualizarmos alguém bocejando em até 5 minutos também iremos bocejar, ou seja, nossa capacidade de espelhamento nos faz compartilhar sentimentos e atitudes com os outros.
Espelhamos todas as atividades motoras, cada ato motor ou cadeia de atos motores, todas são espelhadas, sejam elas nossas ou das outras pessoas, indiferente de qualquer mentalização, é uma reação reflexa, podemos dizer também que se a tarefa exige compreensão da ação observada então as áreas motoras que codificam as ações são ativadas, isso indica que há uma conexão no sistema nervoso entre a percepção e a ação, e que a percepção seria uma simulação interna da ação, por isso estas células cerebrais são fundamentais no aprendizado de atitudes e ações e também na empatia, os neurônios espelhos leem a mente das pessoas mais próximas a nós e nos influenciam e agir parecido com elas, o que reforça a teoria de que somos fruto do meio.
Os estudos desses neurônios nos oferecem uma grande contribuição no estudo da emoção, o espelhamento permite o compartilhamento de emoções quando duas pessoas em estado de empatia, de rapport de alma, de estado de fluxo se conectam, é neste estado que busco estar durante minhas seções de coaching junto aos meus clientes a fim de compreender suas ações em níveis muito mais amplificados, entro em seu mundo, mostro a ele o meu mundo e tento construir com este um mundo nosso, pois é neste estado que veremos as coisas igualmente, e busco seguir o grande Carl Gustav Jung que diz: “Conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana”.
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